Ano 27                                                                                                                              Editado por Jomar Morais
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Meditação Cristã
O resgate da tradição dos padres do deserto
Grupo de meditação da Igreja São Luis, na avenida Paulista, em São Paulo
Texto publicado originalmente no site budista Bodisatva
Foto: Giovana Pasquini
“Eu sou porque não sou”. A frase que poderia soar comum a qualquer ensinamento budista foi extraída do livro “Jesus, o mestre interior”, do monge beneditino Laurence Freeman, o maior divulgador da prática da meditação entre os católicos, chamada também de oração contemplativa. A mesma frase encerra um dos vários textos lidos semanalmente pelos praticantes da meditação cristã no mundo todo.

A Bodisatva acompanhou algumas seções desta prática meditativa na bela e aconchegante capela de São José, um lugar de silêncio e recolhimento, nos fundos da Igreja São Luís, que fica na barulhenta e agitada avenida Paulista, em São Paulo. Um pequeno grupo de católicos se reúne toda segunda-feira à noite para orar e silenciar em conjunto neste endereço.

As pessoas que chegam ao local são acolhidas por Lucilene Ferreira da Silva, uma católica que pratica a meditação há cinco anos e facilita a prática há cerca de um ano. Antes de começar, os presentes leem um texto indicado por Freeman e rezam um pai nosso.

Para quem chega pela primeira vez são dadas as instruções. A prática tem como base a recitação de um mantra ou palavra de oração, que pode ser desde o próprio nome de Jesus Cristo a Maranatha - palavra  aramaica que significa “vem, Senhor”. Como explica o folheto de introdução, “no tempo de meditação você não deverá pensar no significado da palavra - isto seria uma distração. Se quaisquer pensamentos disputarem sua atenção, simplesmente retorne à recitação simples e fiel da palavra”.

A meditação dura vinte e cinco minutos. A concentração e o ambiente acolhedor e impregnado de religiosidade, sem dúvida, garantem uma sensação de paz que pode ser levada para fora da igreja e para os relacionamentos. Nas seções que a Bodisatva participou, vários meditadores relataram este mesmo sentimento. Como todos são incentivados a também fazer a prática em casa, uma das participantes, que comemorava um ano de frequência no grupo, contou com alegria nos olhos que, após começar a meditar em casa, havia garantido mais serenidade para resolver os problemas e conflitos do dia-a-dia. A própria Lucirlene, que é cabeleireira, atesta os benefícios. “Eu era muito ansiosa. Hoje sou mais tolerante, mais tranquila e ouço mais as pessoas”, diz a praticante, que define a capela como “um cantinho do céu”.

O grupo da Igreja São Luís foi fundado há cerca de seis anos pela tradutora Cristiana Ferraz Coimbra, que descobriu a prática há mais 15 anos e, atualmente, traduz textos de Laurence Freeman, além de acompanhar algumas de suas visitas ao Brasil como intérprete. Participante da Renovação Carismática, Cristiana era uma leitora voraz da doutrina católica e deparou-se com textos do padre franciscano Inácio Larrañaga que pregava a oração pura, sem palavras. Em um final de semana no mosteiro de São Bento, em Vinhedo (SP), onde a tradutora costumava passar temporadas para se recolher e descansar, ouviu pela primeira sobre a oração contemplativa. A partir daí não parou mais.

Além de acompanhar os ensinamentos de Laurence Freeman, Cristiana chegou a morar numa casa da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã em Londres, onde se aprofundou e foi encorajada a montar um grupo. “Todo este movimento, que apenas cresce, dá oportunidade ao leigo de experienciar uma forma de oração, que complementa as outras práticas cristãs”, detalha a tradutora que nunca deixou de frequentar as missas, nem de se aprofundar na leitura da Bíblia.

Atualmente, católicos de cerca de 120 países têm praticado a meditação sob a orientação do frei Freeman. “Sabemos que não é um movimento de massa, já que depende de disciplina e há ainda certos setores da igreja que têm preconceito”, detalha Cristiana. Talvez por isso, esta prática que data dos primeiros séculos da era cristã tenha ficado restrita aos mosteiros e conventos por um longo tempo.

Dos padres do deserto a John Main

Os primeiros meditadores cristãos que de que se tem notícia surgiram no século II e são conhecidos como padres do deserto. Inspirados pelos ensinamentos de Jesus Cristo, vários ascetas, monges e freiras seguiram para o deserto do Egito, optando por uma vida de contemplação. O mais conhecido deles foi Santo Antão, que acabou sendo seguido por várias outras pessoas, criando diversas comunidades nas áridas regiões egípcias. Mais de um século depois, São João Cassiano tornou-se um importante divulgador da prática e seus escritos tornaram-se fonte para o resgate da tradição.

Com a ascensão das ideias de Santo Agostinho, que se caracterizavam por uma religiosidade mais analítica; a oração contemplativa na Igreja Católica foi, por séculos, restrita a mosteiros e conventos, especialmente entre os beneditinos, os agostinianos recoletos, as clarissas e as carmelitas, ou seja, ordens caracterizadas pela clausura e o recolhimento.

A abertura contemporânea da oração contemplativa para o leigo católico apareceu nos anos de 1970 por iniciativa do monge beneditino John Main. Nascido em Londres, no seio de uma família de irlandeses católicos, Main oscilou entre a vida leiga como especialista em direito e a vida estritamente religiosa. Foi durante os anos que atuou na área de direito internacional, prestando serviços para estrangeiros britânicos, que Main viajou para para a Malásia, onde conheceu o swami Satyananda ao visitar um orfanato em Kuala Lampur. O mestre hindu apresentou-lhe uma simples forma de meditação a partir de mantras. Voltando ao Ocidente, Main se dedicou à vida religiosa e ao estudo de escrituras. E, ao se aprofundar nos textos de São João Cassiano e dos primeiros monges cristãos, descobriu a conexão entre a “oração pura” da tradição monástica cristã e a meditação oriental que ele tinha praticado no Oriente. O que os orientais chamam de mantra, Cassiano denominava fórmula e os primeiros cristãos, oração monológica.

Após fundar um pequeno mosteiro beneditino, em Montreal, no Canadá, ele percebeu uma busca moderna por interioridade que cabia em sua prática, começando, então, a sugerir a disciplina de dois períodos diários de meia hora de meditação para todos os católicos. Laurence Freeman foi aluno e amigo de Main, que faleceu em 1981, levando hoje seus ensinamentos para diversas partes do mundo.

Os apoiadores da meditação cristã fazem questão ainda de lembrar que este método está presente na Bíblia, mais especificamente no Novo Testamento, quando Jesus Cristo proferiu o famoso sermão da montanha. Segundo Matheus, antes de ensinar o Pai Nosso, a principal oração do cristianismo, Cristo disse “quando orares, entra no teu aposento e, fechada a porta, ora ao teu Pai secretamente. E teu Pai, que vê o que é oculto, dar-te-á a recompensa. E quando orardes, não faleis muito, como os gentios; pois julgam que pelo seu muito falar serão ouvidos.”

E dessa forma serena, muitos católicos têm se voltado para a prática silenciosa.

Para saber mais:
www.wccm.org
www.wccm.org.br

Livros
O caminho do não conhecimento
Expandindo os horizontes espirituais através da Meditação
John Main (Editora Vozes)

Perder para encontrar
A Experiência Transformadora da Meditação
Laurence Freeman (Editora Vozes)

Jesus, o Mestre interior
Laurence Freeman (Editora Martins Fontes)