Postado em 06 Mar 2015 21 54 Principal
Nesta semana foi veiculado um vídeo de um culto da denominada Igreja Universal do Reino de Deus em Fortaleza que gerou polêmica nas redes sociais. Era uma apresentação militarista dos jovens intitulados “gladiadores do Altar”. A polêmica deve-se ao receio de que estes grupos derrapem para o fundamentalismo religioso, praticando atos de intolerância sobre minorias sociais e religiões de matrizes africanas.
Vemos as grandes corporações religiosas proliferarem no mercado da fé, não por apontarem aos fiéis o caminho do espírito. Em vez de abrandarem as tendências inferiores comuns a todos nós - como a ira e a incompreensão – utilizam a “Palavra” para incentivar o que temos de pior, que é o orgulho (presunção de superioridade) e a vaidade, coisas bem deste mundo que vão de encontro à afirmação de Jesus de que seu reino não seria deste mundo.
O obscurantismo manipula as mentes vulneráveis através do medo e da incompreensão. A ânsia de poder terreno e o uso da força bruta mostram-se presentes na mente de diversos líderes religiosos e os afastam das claridades serenas trazidas pelo Cristo a um coração manso e humilde. Outrossim, muitas pessoas aceitam dar expressão à própria violência interna legitimando-se em uma bandeira ou causa religiosa distorcida.
Jesus, quando veio à Terra, promoveu uma renovação das ideias antigas do “olho por olho e dente por dente”, questionou o favoritismo espiritual das castas como pano de fundo das desigualdades, injustiças e crueldades da “lei” estabelecida. Ensinou a todos os que o seguiam: “amai-vos uns aos outros”. Mas parece que estes ensinamentos do mestre não têm espaço nos interesses das grandes corporações religiosas. Promovendo as supostas “coisas do céu” elas lucram muito, esquecendo que “o filho do homem não tinha uma pedra onde recostar a cabeça...”.
Dentro das intuições amorosas emanadas de Jesus, não podemos admitir uma guerra contra o outro. A única guerra válida é para diluir a ilusão causada pela vaidade e pelo orgulho.
Precisamos é do esforço conjunto das pessoas de bom senso e de bom coração, independente da religião, para dissipar as trevas da ignorância. Uma luta desarmada em prol da escuta, da compreensão, do diálogo, da ajuda mútua, do respeito ao ser humano e, consequentemente, à sua dignidade, à valorização da vida, à diversidade cultural, à paz e à concórdia.
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