Postado em 21 Jul 2017 01 27 Principal
Certa feita, num dos dias de minha eternidade
Perdi-me num turbilhão de ilusões
Aceitei o cálice de ódio
Que eu próprio criara e expunha a mesa dos tormentos
Encontrei-te, companheiro, dito inimigo
Mas era apenas igual, de coração sofrido
Alma que me cruzou o caminho
Na estrada dos aflitos
Mas tu quiseste um dia mudar
Crescer, conhecer novas paragens
Mas eu não deixei
Feri-te novamente, matei
Hoje sei, era inveja, era medo
De ficar sozinho, de não converter o ódio contido em amor florido
Ainda, de ficar mais perdido, num tempo passado, esquecido
Tu conheceste antes o perdão
E te desgarravas de mim em franca ascensão
Mas eu, tão penado e sofrido
Um dia parei e fiquei comovido
Perante o exemplo do meu inimigo
Agora num tormento contorcido de angústia e de miséria
Não parava de pensar quanto mal te fizera
E num apelo d'alma, tremular da fala, grito no universo
Em sincero pranto te implorei perdão
Qual flor de primavera
Um sorriso de longa espera veio renovar-me a alma
E a divindade, como em prova definitiva
Fez-me pai, teu protetor e amigo
Consegui te amar, te proteger, te orientar
Carinho e paciência que só se adquirem com tempo
És forte e amigo
E quando diz-me obrigado
Sinto-me abençoado
Ter resgatado o passado e o amor ter brotado
E naturalmente atestado
A sabedoria divina
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