Postado em 21 Jul 2016 17 13 Textos Anteriores
A chegada de Cassiano Arruda à ANL
é uma merecida homenagem a um
dos grandes jornalistas potiguares
por JOMAR MORAIS
Li numa reportagem do NOVO sobre a posse de Cassiano Arruda Câmara na Academia Norte-Riograndense de Letras que o novo “imortal” atribuiu à ANL o feito de “tirar-lhe de casa”, embora ele, aos 72 anos, continue lépido no exercício do jornalismo no jornal, no rádio e na TV. Entocado desde que me aposentei há 10 anos, embora sobrecarregado de labores voluntários que nada tem a ver com Redações, posso dizer: tinha que ser Cassiano para arrancar-me de minha reclusão e atirar-me a uma noite de fardões, ternos e formalidades, que eu certamente acabei maculando com o meu estilo largadão atropelador de etiquetas.
Eu não podia e nem queria faltar a esse momento de alegria e celebração de um dos grandes mestres que guiaram meus primeiros passos no jornalismo: um repórter apaixonado pelo ofício de garimpar notícias, um editor criativo e estimulador de jovens jornalistas, como eu no início dos anos 70, e, por último, um idealista audacioso que fez germinar a semente do NOVO.
Tenho muitas razões pessoais para comemorar a recente conquista de Cassiano, mas isso não se sobrepõe ao detalhe do mérito e do significado da homenagem prestada ontem ao velho jornalista. Na verdade, a cadeira, o título de “imortal” e os rapapés da Academia surgem na esteira de uma carreira profissional bem sucedida e da arte da comunicação que são traços relevantes do homenageado, há muito reconhecido e respeitado pelos leitores e pela comunidade.
Como testemunha – e participante – da história recente do Rio Grande do Norte, Cassiano escreveu livros, o que formalmente justifica sua chegada a uma confraria de escritores e poetas. Mas, não há dúvida de que são as letras diárias do jornalismo e a sensibilidade para narrar histórias reais do dia a dia, costuradas com os fios da interpretação, os verdadeiros avalistas de sua entrada para a ANL, perpetuando o namoro do jornalismo com a literatura.
Ao ocupar a cadeira do poeta Lourival Açucena, Cassiano sucede a Agnelo Alves, seu amigo, parceiro no jornalismo e na prisão (na ditadura) e outro dos meus grandes mestres nos anos 70. Quando Agnelo morreu, no ano passado, escrevi aqui que ele era um homem público que “tinha a cara de Natal”, tal a sua participação na construção da cidade moderna em que vivemos, como jornalista e como prefeito. Posso dizer o mesmo de Cassiano que, a partir dos teclados de sua Olivetti e de seu computador, influenciou decisões e ajudou a moldar a nova face de Natal.
Polêmicos, às vezes prejudicados por opiniões aprisionadas na trama política local, Agnelo e Cassiano são legendas do jornalismo potiguar, profissionais a quem se pode aplicar a frase definitiva de Gabriel Garcia Márquez nesta época de protagonismos fatais para a verdade da notícia: “O jornalismo nunca vai entediar aqueles que são vocacionados e têm a certeza de que somos apenas aprendizes, sempre e socraticamente”.
Ao mestre Cassiano, meu respeito e gratidão.
[ Publicado na edição do Novo Jornal de 19/07/16 ]
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Anitra
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