O macaco está certo
Postado em 27 Jun 2017 02 36 Textos Anteriores










A Ciência revela "janela" ideal para  
educar os filhos e mostra que as  
crianças aprendem sem palavras  


por JOMAR MORAIS


Não sou psicólogo, mas muitas pessoas me relatam seus problemas na esperança de que, sendo eu um praticante espiritual, possa auxiliá-las de algum modo a encontrar uma solução. Não é raro que pais me apresentem suas aflições diante de filhos problemáticos: crianças ou adolescentes ansiosos, hiperativos, insolentes, irresponsáveis, desonestos, descrentes, ingratos, depressivos ou violentos.

Qualquer pessoa de boa vontade terá sempre uma palavra de ânimo a oferecer a alguém às voltas com um drama assim. Mas não é fácil indicar uma solução. O ser humano é complexo demais para caber em uma receita ou mesmo uma teoria. O mesmo pode ser dito sobre as relações humanas e até sobre o papel dos pais, que não podem ser exigidos além dos limites de seu conhecimento, sua experiência e sua circunstância. Acrescente-se a isso uma questão de “timing”, pois, não raro, desperdiçamos os momentos propícios a uma intervenção positiva e, nesse caso, só nos resta entregar as situações à própria vida, a Deus, que sempre as resolve da melhor forma.

Ainda assim, penso que, em se tratando de pais e filhos, não é conveniente nos escudarmos na humildade filosófica de Sócrates, que disse “só sei que nada sei”, e assim lavarmos as mãos, pois alguma coisa já sabemos e isso pode nos ajudar. 

Em matéria de educação, arrisco-me a encontrar a síntese em um experimento realizado no Instituto de Pesquisas de Primatas da Universidade de Kyoto, narrado por Bruce H. Lipton em seu livro “A Biologia da Crença”. Os cientistas ensinaram uma mãe chimpanzé a identificar letras de cores diferentes. Quando ela escolhia na tela do computador uma determinada letra, de cor específica, recebia uma moeda que introduzia em uma máquina e ganhava uma fruta. Um dia seu bebê, que permanecia ao lado dela durante o treinamento, enquanto a mãe saboreava sua recompensa foi ao computador, clicou na fruta correta, recebeu a moeda e introduzindo-a na máquina obteve sua fruta.

A conclusão dos pesquisadores é óbvia, mas irrefutável: crianças podem absorver as habilidades mais complexas apenas por meio da observação, sem necessidade de serem ensinadas diretamente pelos pais. Lipton, que é biólogo celular, cita então uma série de dados que comprovam como crenças e atitudes podem ser introjetadas, a partir do comportamento dos pais, nas crianças humanas no período de 0 a 6 anos de idade, fase em que o cérebro opera basicamente com ondas de baixa frequência teta e delta, aquelas mesmas que permitem aos hipnoterapeutas tornar o cérebro adulto mais sugestionável e passível de reprogramação.

Aquilo que observamos e vivenciamos na infância, e até os 12 anos, quando enfim o cérebro passa a operar, em vigília, predominantemente com ondas beta, relacionadas à consciência ativa, forma a base da estrutura subconsciente que nos dirige a vida para o bem ou para o mal.

Então, quando pessoas assustadas com filhos difíceis me perguntam sobre como “tratá-los”, penso se não seria melhor começar pelos pais.

[ Publicado na edição do Novo Jornal de 20/06/17 ]

Arriverdeci, Roma, o documentário, você só vê na TV Sapiens
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