Um presépio vivo
Postado em 21 Jan 2015 17 14 Textos Anteriores











Em torno de nós existe um presépio vivo onde, o ano inteiro,
Jesus espera por nossa opção pelo amor e pela justiça


por JOMAR MORAIS

É difícil escrever sobre o Natal sem nos reportarmos à magia com a qual revestimos o evento mais simbólico de nossa civilização cristã. Como nas antigas religiões orientais, a narrativa do nascimento de nosso avatar – Jesus de Nazaré – é adornada de referências extraordinárias, como a estrela dos magos e o cântico dos anjos, marcos  transcendentais em torno de um acontecimento tão humano e tão humilde: um menino pobre nascendo numa gruta.

Certamente teríamos dificuldade de reconhecer e aceitar o status celeste de alguém cuja vida transcorresse no fluxo da mera normalidade.

Os séculos e a nossa carência de estímulos físicos adicionaram ao Natal ainda mais cores e sons, até ao ponto em que, embalada como presente que só o dinheiro pode comprar, para muitos a noite natalina deixou de ter qualquer contato com o evento místico do qual nos fala o Evangelho e seu significado espiritual e cosmogônico.

O pinheiro introduzido na paisagem de relva onde teria nascido o filho de Maria, transformou-se na luminescente Árvore de Natal, high-tech e ansiosa, que chega aos shopping centers já em outubro para lembrar-nos que é hora de comprar presentes e estocar para a ceia. Numa pálida representação de São Nicolau, que no século 4 distribuia comida aos pobres em 24 de dezembro, um Papai Noel estilizado pela Coca-Cola, aos poucos roubou a cena do aniversariante no imaginário das crianças e dos adultos.

Nada contra a árvore cintilante e nem o bom velhinho. Bem colocados, eles só acrescentariam alegria à rememoração das raízes de nossa fé. Mas... e o presépio? Onde está o presépio?

Foi Francisco, o “louco” Assis, quem, em 1223, teve a ideia de introduzí-lo na iconografia natalina numa época em que já havia a dificuldade de entender o simbolismo original da natividade. Uma manjedoura, um burro, uma vaca. Simples assim. Os animais vivos, podendo ser tocados e até entendidos, em sua ruidosa saudação ao Cristo, por aqueles que, como Francisco, tivessem coração e alma para perceber os sinais divinos da  natureza.

O presépio de Francisco, em nosso tempo de poucos presépios, certamente nos chamaria ao sentido maior da espiritualidade, que não carece de magia para revelar-se a quem tem “olhos de ver”, pois é imanência divina em cada irmão, em cada manifestação da vida, em cada forma do universo. E com um olhar franciscano e terno, sem prejuízo de nossa festa familiar, seríamos capazes de revisitar a gruta de Belém nos guetos de nosso mundo individualista para reencontrar ali o menino Jesus no olhar de quem sofre por causa de nossa indiferença.

A verdade é que existe um presépio vivo em torno de nós. No Natal e no ano inteiro. E há uma estrela guia e o cântico dos anjos para todo aquele que, vendo Deus através de suas criaturas, jamais esquece a mensagem do menino da manjedoura: “Em verdade vos digo, todas as vezes que fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes”.

Feliz Natal!

[ Publicado na edição do Novo Jornal de 23/12/14 ]


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Samotita
19 Dec 2015 07 34
Can't you just see why this kind of activity needs to be made ileagll? That looks way too happy and friendly to belong in maternity (s)care! Janet
Yurika
18 Dec 2015 07 35
probably satellite igemas touched up or that simply look like biblical events-the ark on mt ararat, parting of the red sea and the crucifixion. I cant make out the fourth image. http://lixcyb.com [url=http://lkqsrqqyj.com]lkqsrqqyj[/url] [link=http://sqaukldynta.com]sqaukldynta[/link]
Dssokol
17 Dec 2015 10 25
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