Casarão de Poesia - 10 anos de atividades
Postado em 09 Feb 2016 10 41 Cultura Popular



O Casarão de Poesia é um grupo nascido no final de 2006 que realiza atividades culturais em Currais Novos e região. Desde 2009 é pessoa jurídica (Associação) e tem 10 componentes. Além da Biblioteca comunitária com 6.000 volumes de acesso irrestrito à comunidade, o Casarão desenvolve atividades em diversos ramos culturais: cursos e oficinas de Grafitagem, Literatura (incluindo especialmente literatura de cordel), piano (temos um piano “de armário” Fritz Dobbert que foi doado por um casal de Jardim do Seridó/RN), flauta, violão, teoria musical, curso de xadrez, informática, yoga, fotografia, aulas de francês... tudo isso já aconteceu e acontece em nossa sede. O Casarão também realiza anualmente o Dia da Poesia, às vezes com recursos, outras vezes sem, mas sempre usando a criatividade: promovemos debates e recitais nas escolas, trazemos escritores para conversar (Marize Castro, Iracema Macedo, Antônio Francisco, Manoel Onofre Jr, Aluísio Azevedo Jr...foram alguns dos que já estiveram em Currais celebrando a poesia conosco).

O Casarão faz visitas periódicas aos abrigos de idosos de Acari e Currais Novos, fazendo recitais poético-musicais. Dessas visitas nasceu o livro “Nas cordas da memória”, que são as biografias dos idosos em forma de literatura de cordel. Trimestralmente realizamos debates sobre temas pertinentes ao nosso tempo através do projeto “Cafepontocom”. Provemos também sessões de cinema através do “Cine Casarão” e concursos de poesia voltados para o público estudantil da região. Lançamos em 2013 a primeira edição da revista cultural “Manga Espada”. Ainda em 2013 produzimos um clipe de vídeo dando uma turbinada no Hino de Currais Novos despertando o interesse da população, especialmente do público estudantil. Muitos nunca tinham ouvido o Hino e a produção do clipe ajudou as pessoas a conhecerem seu hino numa roupagem que foi da ciranda ao rap. Uma das principais atividades da ONG é receber alunos de várias escolas do RN para realizar uma atividade de incentivo à leitura e à música. São atividades de sensibilização artística.

Quando nos tornamos ponto de leitura em 2009, através de um projeto do Ministério da Cultura, decidimos alugar um espaço para funcionar como sede. Começamos, além de fazer o trabalho voluntário, tirando dinheiro do próprio bolso para pagar o aluguel. Cada associado contribui com uma quantia para manter a sede. Alguns anos mais tarde é que conseguimos um convênio com a prefeitura municipal para ajudar a manter as atividades. De lá para cá já estabelecemos parcerias também com o Programa de Cultura do Banco do Nordeste, com o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) e com o programa de Penas Pecuniárias do TJRN. Ou seja, são várias as formas de captação de recursos para manter o projeto em andamento (estrutura, logística e atividades). Recentemente conseguimos um convênio com a Emater e ocupamos uma de suas Escolas de Inclusão Digital, que estava fechada há alguns anos. Essa parceria foi muito importante porque assim não precisamos mais pagar aluguel (o convênio tem duração de 5 anos, renovável) e concentrar os recursos em mais atividades.

Gosto de dizer que a maior dificuldade é aprender a conviver com o próprio grupo. Isso acontece em todas as áreas. A maioria das associações fecha não por dificuldades financeiras mas por brigas internas. Temos que saber viver com a diversidade, respeitando as diferentes visões. Enfim, tudo numa associação é decidido por votação, então temos que aprender a respeitar a maioria. O Casarão chega aos 10 anos de atividades em 2016 enfrentando essas dificuldades, colocando os objetivos do projeto acima das concepções pessoais. Nosso objetivo é interagir com a comunidade através da arte, oportunizando às pessoas o aprendizado e a sensibilização artísticas como forma de crescimento pessoal.

Tem valido a pena a luta, mesmo com todas as dificuldade. Esse trabalho é muito gratificante. Muito mesmo! A burocracia é grande mas compensa quando vemos uma criança despertando o gosto pela leitura em nossa biblioteca (fazemos atividades de incentivo à leitura, como recitais lítero-musicais em escolas e em nossa própria sede); quando vemos um adolescentes aprendendo a tocar um novo instrumento. Talvez sejamos a única ONG do interior do estado que oferece aulas de piano gratuitamente à comunidade, além de violão (já passaram 600 alunos só nesse curso desde 2008), flauta e sanfona (temos 08 sanfonas adquiridas com recursos do FIA). a luta continua. Vida longa ao Casarão!

Wescley J. Gama


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